segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Ortotanásia, nem antes e nem depois.


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Em nossas vidas o nascer e o morrer pertencem da mesma forma na vida de uma pessoa. São como se fossem pesos de uma balança: são como extremidades, pontos que nunca se cruzam, pólos que conduzem manifestações de todos os seres humanos. Quando um indivíduo entra em estágio terminal, os profissionais direcionam esse paciente. Há um cuidado sem sofimento, dispensando a utilização de métodos inavasivos de prolongamento da vida, sendo a intenção principal e primordial a de não o adiamento da morte e ao mesmo tempo não provocá-la. Como o objetivo é de minimizar o sofrimento e a morte do paciente vai ocorrer dentro de uma situação de terminalidade da vida, são interrompidas medidas extraordinárias, reconhecendo-se que existe uma condição humana de mortalidade e que o conhecimento médico atual também é limitado. A ortotanásia ainda nos dias atuais é sempre vista como uma forma  de não investimento na vida de um paciente, mas a obstinação terapêutica seria ralmente a saída para pacientes com doenças terminais? Analisando por outro ângulo, poderíamos verificar como algo inútil e desnecessário, e apenas estaríamos prolongando um morrer. Todo ser humano tem o direito de morrer sem sofrimento, a morte sempre traz dúvidas, e quando se diz "deixaram morrer" se pensa que não se investiu naquela vida. Ortotanásia é a arte de morrer bem, de forma humana e correta, sem abreviar a vida, e melhor, sem prolongar o sofrimento. De alguma forma a medicina é colocada frente a um dilema, estaria prolongando um morrer ou savando vidas?

A medicina deve sempre buscar tratar o doente, e não a doença, dando um maior valor a vida, deixando de lado as terapêuticas invasivas. Neste contexto, torna-se necessário pesquisar o tema em questão, para promover um melhor entendimento do assunto entre os profissionais da área e ao mesmo tempo desmistificar esse assunto que ainda é um tabu em nossa sociedade. Quando o profissional da saúde tem uma melhor compreensão do tema, além de trazer o significado da representação social de morte no contexto cultural, a ortotanásia é entendida como uma forma natural de morrer.

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A denominação de ortotanásia é atribuída ao professor da Universidade de Liege na Bélgica, Jacques Roskam. Segundo ele, existiria uma possibilidade de morte justa, entre eutanásia e a obstinação terapêutica. A palavra ortotanásia, que tem sua origem no grego (orto: certo, thanatos: morte), pode ser considerada como a "filosofia da boa morte", representando a morte do indivíduo no momento certo. Focando na adesão de procedimentos paliativos, buscando de alguma forma sempre o controle da dor, esse processo opta por descartar, ou mesmo restringir, tratamentos invasivos e agressivos que tentam adiar o fim da vida, a fim de não comprometer a qualidade de vida do paciente, que deveria estar sempre em primeiro plano. Podemos dizer que a ortotanásia, de forma simples, seria o meio-termo do nem antes, como ocorre com a eutanásia, e nem depois, como no caso da distanásia.

Questões fundamentadas na promoção do bem-estar físico, espiritual, psicológico, bem como éticas, são de suma importância para que o paciente sinta-se não apenas como um objeto nas mãos de terapêuticas inúteis, respeitando assim sua dignidade e autonomia, diminuindo as dores e os sofrimentos impostos no processo de morrer. Na tríade entre profissionais, família e paciente sempre existirá a necessidade de um suporte emcional, pois nesse contexto todos sentem a perda de uma vida, e podem vir a desenvolver uma forte depressão ou mesmo um luto patológico. É preciso aceitar que a morte faz parte de nossas vidas, e precisamos enxergá-la, como se fosse uma companheira que nos ronda a todo instante e não nos pede licença para entrar em nossas vidas.

A morte é uma realidade vivenciada diariamente no contexto hospitalar e a ortotanásia é a maneira de aceitar o fim de nossas vidas. É o momento em que o paciente não tem mais chances de se curar e a medicina suspende o tratamento, respeitando sempre a vontade deste paciente, ou mesmo seu representante legal. Nesse momento, visando a qualidade de vida do ser humano, a medicina realiza apenas formas terapêuticas, evitando que o paciente sofra, visando a morte no tempo certo, podendo o enfermo escolher entre manobras tecnológicas que de alguma forma irão apenas prolongar a sua vida, porém, por outro lado, poderão também prolongar seu sofrimento.

Marcelo Franco

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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Chris Cornell, a morte trágica do garoto de Seattle


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            Nascido em um bairro de classe média, Christopher John Boyle veio ao mundo no dia 20 de julho de 1964, na cidade de Seattle. Filho de Edward Boyle e Karen Cornell, ele e os irmãos acabaram por trocar para o sobrenome de solteiro de sua mãe, com a separação dos pais. Chris desde cedo era muito ligado à música, tocou piano, guitarra e logo após iniciou na bateria, e sempre buscava inspiração nas bandas de sua época. 

Mas a vida de Chris começou a mudar desde a separação de seus pais. O futuro vocalista do Soundgarden morava em um bairro que era barra pesada e o envolvimento com drogas se tornou algo inevitável. Segundo o próprio vocalista, quem morava no bairro ou era usuário ou traficava, e no seu caso, ele estava enquadrado na primeira situação. A separação de seus pais, foi um  momento que o deixou muito fragilizado emocionalmente, acrescido ao uso das drogas, Chris  acabou por se deparar pela primeira vez com um quadro depressivo. Segundo o próprio Chris, nesta fase ele enfrentou um momento de agorafobia, durante o qual ficou durante  dois anos sem falar com ninguém. Tendo sido expulso três vezes da escola que estudava, Cornell já com dezesseis anos decidiu que precisava trabalhar e foi trampar em um restaurante. 



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Porém, Cornell apesar de todas essas infelizes questões, começou a tocar bateria em algumas bandas, mas surpreendentemente foi sua voz que começou a se sobressair, e assim, apesar de tocar bateria, acabou se tornando vocalista devido a ótima voz que ele apresentava. Em 1984, a vida de Cornell mudou, e ele junto a Hiro Yamamoto (baixo) e Kim Thayil (guitarra), formam o Soundgarden. Um detalhe aqui, é que Chris cantava e tocava bateria. Mas logo se junta a eles o baterista  Scott Sundquist, e assim Chris Cornell pode se dedicar apenas aos vocais. A banda no decorrer da carreira sofreu algumas alterações, Matt Cameron assumiu as baquetas e o contra baixo passou para as mãos de Ben Shepherd. 

A banda gravou alguns discos e se desfez em 1997, e Chris entrou numa temporada na qual se afundou de cabeça nas drogas e no álcool, voltando a vivenciar a escuridão da dependência, dando indícios que sua fragilidade emocional ainda se fazia presente. Mesmo com esse momento de escuridão ele seguiu na carreira solo, formando, na sequência, a banda Audioslave (Chris Cornell mais os ex-integrantes do Rage Against de Machine). Um grupo que fez um verdadeiro sucesso com uma junção surpreendente dos vocais de Chris mais o som dos três remanescentes da fusão de metal com rap. 

Na época, apesar de todo sucesso, o vocalista da recém formada banda Audioslave resolveu se internar, e ficou dois meses em recuperação. Após, seguiu tocando em frente a vida, mesmo com as sombras da dependência que volta e meia se faziam presentes. Em 2003 ele se separou da primeira esposa, com quem teve uma filha, tendo sido um divórcio conturbado. Mas, logo em 2004 ele se casa com Vicky Karayiannis, com quem teve dois filhos. Mesmo com uma família ao lado, a depressão ainda rondava a vida de Chris Cornell, e ele acabava por se sentir impotente em lutar contra essa terrível doença.



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Os conflitos na vida de Chris foram um dos principais pontos para sua desorganização emocional se fazer presente, além é claro, do abuso de álcool e drogas, potencializando um sentimento de tristeza que não deixava de acompanhar a vida do vocalista. Em 2010 o Soundgarden retorna à ativa com força total com a formação clássica. Mas após uma apresentação em Detroit, a história de Chris Cornell terminou em 18 de maio de 2017, quando foi encontrado já sem vida por seu segurança particular no hotel onde estava hospedado. Chris havia se enforcado aos 52 anos, encerrando assim uma carreira de grande talento. E mais uma vez o mundo da música perdia um brilhante músico para a depressão.

Marcelo Franco
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Haicais em Cidreira

HAICAIS VeJo senTido no Meu desaPreÇo, Saudades No meU deSapeGo, Apego nO meU reCoMeçO. aManheCeu Em maiS Um diA. Olhos CanSados aPós noiTe ...