segunda-feira, 8 de junho de 2020

Lex Luthor: poder, status e prazer

                                                                            


Partindo de interpretações do filósofo Michel Foucault, podemos traçar relações de poder simbólico, que são atuantes em diferentes sociedades. Os jogos de poder estão presentes nas narrativas das histórias em quadrinho, sempre repletas de conflitos entre heróis e vilões. Nesse sentido, os vilões são parte marcante nessa relação, e alguns deles não passam despercebidos por sua refinada característica singular de personalidade anti-social. Que vivem em busca de poder, status e prazer.

Lex Luthor adora o poder. Quem já leu qualquer Hq que o personagem esteja presente, sabe disso. Mas de onde vem todo esse desejo incontrolável de buscar esse poder? O prazer  que o poder proporciona a algumas pessoas é surpreendente, e Lex está entre essas pessoas.  Este é um dos três principais itens que formam a personalidade de um psicopata. Seria então Lex Luthor um psicopata ?

Luthor é um personagem rico e poderoso que faz de tudo para buscar seus objetivos, o que poderia ser enquadrado até como um Maquiavél, pela forma que age com quem ousa atrapalhar seus planos, sem ter piedade de ninguém, sempre visando o poder, statos e prazer, ingredientes básicos de um clássico psicopata. Ele não tem nenhum super poder e não esconde sua identidade, mas é provido de uma inteligêncial sem igual.

Apesar de ser proprietário da corporação LexCorp, não parece satisfazer-se com o que está a sua volta, precisa conquintar o que não está ao seu alcance, apenas por conquista, soberba ou por puro sentimento de possuir o prazer.

                Sua obsessão para conquistar coisas singulares o torna um personagem diferente, arquitetando um plano que domina todo enredo das histórias, no qual tem atitudes cada vez mais obscuras e suspeitas. Sem deixar de ser ele mesmo, com um comportamento refinado mas desconcertante, vai deixando um rastro de destruição por onde passa, sempre buscando dominar alguma coisa, objetivando poder, statos e prazer com suas atitudes.

            Os psicopatas são assim, não tem sentimentos, se importam apenas com eles mesmos, não se preocupam com sentimento, não demonstram empatia pelo outro. Vivem em sociedade como predadores, desenvolvem uma personalidade diferente daquela de quando estão buscando seus objetivos, parecendo pessoas normais, convivendo entre as pessoas. São capazes de cometer seus crimes e mesmo após serem pegos, negarem veemente que não os cometeram, demonstrando dissociação extrema pois fica dificil desconfiar de alguém cometendo crimes barbaros quando se mostram como pais de família, com esposa, filhos, empregos fixos e até mesmo fazendo trabalhos voluntáreos com idosos e crianças carentes.

Apesar de todo esse comportamento complicado e perigoso para quem vive em sociedade, para as histórias em quadrinhos ele tem uma importância diferente, pois se transforma em um elemento crucial para o enredo das histórias e trás um sentido singular na vida dos super-heróis, pois sem eles o herói não teria uma busca.

            Mas fica a pergunta: apesar de toda maldade, frieza, falta de empatia e sua busca contínua pelo poder, sem Lex Luthor nas histórias do Superman, as HQs teriam algum sentido?

 

Marcelo Ávila Franco

 

 

 

 

 


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