Partindo
de interpretações do filósofo Michel Foucault, podemos traçar relações de poder
simbólico, que são atuantes em diferentes sociedades. Os jogos de poder estão
presentes nas narrativas das histórias em quadrinho, sempre repletas de
conflitos entre heróis e vilões. Nesse sentido, os vilões são parte marcante
nessa relação, e alguns deles não passam despercebidos por sua refinada
característica singular de personalidade anti-social. Que vivem em busca de poder,
status e prazer.
Lex Luthor adora o poder. Quem já leu
qualquer Hq que o personagem esteja presente, sabe disso. Mas de onde vem todo
esse desejo incontrolável de buscar esse poder? O prazer que o poder proporciona a
algumas pessoas é surpreendente, e Lex está entre essas pessoas. Este é um dos três principais itens que formam
a personalidade de um psicopata. Seria então Lex Luthor um psicopata ?
Luthor é um personagem rico e
poderoso que faz de tudo para buscar seus objetivos, o que poderia ser
enquadrado até como um Maquiavél, pela forma que age com quem ousa atrapalhar
seus planos, sem ter piedade de ninguém, sempre visando o poder, statos e
prazer, ingredientes básicos de um
clássico psicopata. Ele não tem nenhum super poder e não esconde sua identidade,
mas é provido de uma inteligêncial sem igual.
Apesar de ser proprietário da
corporação LexCorp, não parece satisfazer-se com o que está a sua volta,
precisa conquintar o que não está ao seu alcance, apenas por conquista, soberba
ou por puro sentimento de possuir o prazer.
Sua obsessão para conquistar
coisas singulares o torna um personagem diferente, arquitetando um plano que
domina todo enredo das histórias, no qual tem atitudes cada vez mais obscuras e
suspeitas. Sem deixar de ser ele mesmo, com um comportamento refinado mas
desconcertante, vai deixando um rastro de destruição por onde passa, sempre
buscando dominar alguma coisa, objetivando poder, statos e prazer com suas
atitudes.
Os psicopatas
são assim, não tem sentimentos, se importam apenas com eles mesmos, não se
preocupam com sentimento, não demonstram empatia pelo outro. Vivem em sociedade
como predadores, desenvolvem uma personalidade diferente daquela de quando
estão buscando seus objetivos, parecendo pessoas normais, convivendo entre as
pessoas. São capazes de cometer seus crimes e mesmo após serem pegos, negarem
veemente que não os cometeram, demonstrando dissociação extrema pois fica
dificil desconfiar de alguém cometendo crimes barbaros quando se mostram como
pais de família, com esposa, filhos, empregos fixos e até mesmo fazendo
trabalhos voluntáreos com idosos e crianças carentes.
Apesar de todo esse comportamento
complicado e perigoso para quem vive em sociedade, para as histórias em
quadrinhos ele tem uma importância diferente, pois se transforma em um elemento
crucial para o enredo das histórias e trás um sentido singular na vida dos
super-heróis, pois sem eles o herói não teria uma busca.
Mas fica a pergunta: apesar de toda maldade, frieza,
falta de empatia e sua busca contínua pelo poder, sem Lex Luthor nas histórias
do Superman, as HQs teriam algum sentido?
Marcelo Ávila Franco
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