Xadrez é um jogo de
tabuleiro, e por sinal um dos mais antigos na história mundial. Jogo que teve origem
na Índia, aproximadamente em 1945 tomou forma em suas regras, tal qual o
conhecemos na atualidade. Com a finalidade de derrotar o rei adversário, muitas
estratégias são elaboradas para se buscar a vitória, nunca esquecendo o
respeito pelo adversário e às regras que envolvem esse jogo. O regramento do
xadrez enaltece a importância de cada peça do tabuleiro, enquanto formador de
uma equipe, uma vez que determina funções específicas para cada classe de
figura.
De que forma esse nobre jogo, apesar de complexo, pode
ajudar no desenvolvimento intelectual de crianças, jovens, adultos e idosos?
Bem, muitos estudos já foram feitos para comprovar os benefícios que o xadrez
traz para o estímulo ao desenvolvimento cognitivo, entre muitos podemos citar:
a imaginação, inteligência, criatividade, auto-estima, raciocínio rápido e
preciso, além de pensamento lógico e abstrato. Mas o xadrez não para por aí,
além dos benefícios para o desenvolvimento cognitivo, proporciona aos seus
praticantes outro conjunto de vantagens, relacionado à tomada de decisões, na
qual o indivíduo trabalha a capacidade de escolher uma melhor alternativa, sem apoio
ou opinião externa, tendo a autonomia de escolha.
Freud
afirma que, o xadrez é um jogo que consiste em relações progressivas de
estratégias, segundo ele: só sabemos como inicia e como termina; o meio é
diferente a cada jogo e as “jogadas” do analista vão depender da “jogada” do
paciente. Além de trazer benefícios para a parte cognitiva, pode servir de
ferramenta para terapeutas.
O xadrez pode ainda de alguma forma desenvolver a empatia.
Como é um jogo que exige disciplina por quem o pratica, o “ser” jogador de
xadrez ou “enxadrista” como se chama quem joga xadrez, acaba internalizando
principalmente o respeito pelo adversário, onde outras características se
juntam nesse sistema de regras e o jogador precisa se enquadrar ao sistema,
para poder usufruir os prazeres do pensar. Uma partida pode durar horas, o que exige
concentração dos envolvidos, tanto de quem joga, quanto de quem assiste a uma
partida.
Em
nossa sociedade, questões éticas e morais deveriam estar sempre em primeiro
lugar, mas infelizmente a abordagem quotidiana destes conceitos tornou-se rara
atualmente. Neste contexto, além dos ganhos relacionados aos aspectos
cognitivos que proporciona, o xadrez seria uma adequada alternativa na
tentativa de resgatar o relacionamento interpessoal e o bem viver em sociedade,
uma vez que se trata de um jogo de regras variadas e complexas, porém rígidas,
tal qual a sociedade, e que ressalta a importância individual de cada membro,
diante de suas atribuições únicas e distintas em relação aos demais.
É
tempo de resgatar o olhar do outro, o conversar à moda antiga, marcar um
encontro para uma partida de xadrez “on-line” que é a disponibilidade em tempos de pandemia, vivenciar um
simples “bate-papo” com apenas uma pessoa, mas de forma verdadeira, resgatando
o prazer de uma conversa natural, natural como desenrolar das jogadas de uma
verdadeira partida de xadrez.
Marcelo Ávila Franco
*Garry kasparov
Maior enxadrista de todos os tempos
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