domingo, 21 de novembro de 2021

Da lógica a persistência da memória em Salvador Dalí

 


O surrealismo foi um movimento criado em Paris em 1924, por artistas que rejeitavam os padrões que eram impostos pela sociedade burguesa da época, e fortemente influenciados pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud. Neste novo palco muitos expoentes artísticos lideravam este movimento, entre eles André Breton (literatura), Max Ernst (artes plásticas) e Joan Miró (artes plásticas) foram alguns dos nomes mais importantes. Mas um em especial se destacou pela singularidade de suas obras, “Salvador Dalí”, o mais importante pintor desse novo movimento que impressionava pela ausência de lógica em seus trabalhos.

Salvador Dalí era um pintor catalão, famoso, excêntrico, gênio, surrealista e egocêntrico. Suas obras trouxeram um novo olhar para o mundo das artes. Dalí foi um artista que percorreu diferentes vertentes em sua carreira, transitando entre várias formas de expressão artística, mas foi com suas pinturas que obteve reconhecimento. Esteve sempre no limiar entre o sonho e a realidade, arrancando diferentes reações de quem teve a oportunidade de admirar suas obras. Como ele mesmo gostava de dizer, o mundo das artes teve dois momentos “antes de Salvador Dalí e depois de Salvador Dalí”.

Dalí, através de suas obras, desenvolveu um estilo por ele próprio chamado de “método paranoico-crítico”, que consistia em se expressar sem as travas do pensamento racional, buscando ao máximo as ideias do inconsciente, tornando objetivo algum delírio ou paranoia que viesse à cabeça. Podemos citar aqui uma de suas obras mais importantes, “A persistência da Memória” na qual expõe um relógio derretendo. O artista também transitou por outros campos da cultura, fez trabalhos artísticos no cinema, fotografia e escultura.

Mas Salvador Dalí teve uma vida sempre conturbada, devido a seu temperamento forte. Em 1926 foi expulso da academia e declarou que ninguém lá estava à altura para avaliar suas obras. Apesar de seu temperamento difícil, Dalí tinha algo em sua vida que lhe entusiasmava, era a esposa Gala, sua musa inspiradora, a mulher de sua vida. Gala era muito bonita e foi presença marcante na obra do artista, que retratou a esposa muitas vezes em suas obras.

Mas Dalí perde Gala em 10 de junho de 1982, em Port Lligat, e entra em profundo estado de depressão, começa a se recusar a comer, além de demonstrar estar perdendo a vontade de viver. Com o tempo, sua saúde só piora, fica desidratado e com isso precisa ser alimentado por sonda naso enteral, além de ser diagnosticado com a doença de Parkinson.

Uma frase marcou o final da vida de Dalí, “Sem Gala eu não sou Dalí”, afirmou. Se tudo isso não bastasse, em 1986 o artista sofre graves queimaduras devido a um incêndio que ocorreu em seu quarto. Desde então, viveu recluso em uma cama na torre do “Museu de Figueres”. Em 23 de janeiro de 1989 morre o expoente do Surrealismo, na cidade de Figueres em decorrência de pneumonia e parada cardíaca



Marcelo Franco

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HAICAIS VeJo senTido no Meu desaPreÇo, Saudades No meU deSapeGo, Apego nO meU reCoMeçO. aManheCeu Em maiS Um diA. Olhos CanSados aPós noiTe ...