Geralmente
quando falamos em cultura nos lembramos de quê? Livros, teatro, cinema, dança e
claro discos de vinil. Apesar de estarmos vivendo o momento da era digital, o
disco de vinil também conhecido como Long Play (LP) ou apenas vinil, segue
firme e admirado por alguns fãs, fiéis ao tipo de som mais puro e nem tão
límpido assim.
O disco de vinil é uma mídia que foi desenvolvida em
meados da década de quarenta, geralmente confeccionado na cor preta, apesar de
existirem outras cores, tais como verde, amarelo e vermelho também. Ele é feito
de material plástico (cloreto de polivinila ou PVC), nas usuais 78 RPM (rotações
por minuto). O vinil é um material leve e delicado, que exige manuseio a ser
feito segurando suas bordas.
Os discos viraram peças raras nos dias atuais, e seu
preço tornou-se nada convidativo. Os adeptos e colecionadores muitas vezes
pagam o valor três ou quatro vezes mais caro, comparativamente ao formato em
CD, mas o valor sentimental e sua preciosidade valem a pena. Alguns
colecionadores dizem que uma das vantagens em relação ao CD, é relacionada a
sua maior durabilidade, bastando que se armazene de forma adequada para que o
disco permaneça em bom estado por muitos
anos. Mas não é só essa razão que fez o LP sobreviver através dos tempos, o
prazer em cultivar um hábito raro, envolve vários outros, como o de escutar o
clássico chiado, característica única do LP, a satisfação em sair à procura e garimpar
preciosidades, sem contar a beleza das capas que são verdadeiras obras de arte.
Alguns especialistas no assunto defendem a superioridade do LP com relação ao
CD, dizem eles que a gravação digital acaba cortando frequências sonoras mais
altas e baixas, eliminando ecos, harmonia, batidas graves, espacialidade do som
e, principalmente, sua naturalidade.
Infelizmente nem tudo é romance com esse tipo cultura,
pois a diminuição das fábricas de LPs, fez com que eles ficassem cada vez mais
escassos e raros, havendo hoje no Brasil apenas um ou dois fabricantes de
discos de vinil. Com isso o preço acabou ficando bem “salgado” e para ter uma
raridade dessas em casa, é necessário se desapegar muito do seu dinheiro. Dadas
a raridade e valorização peculiares a estes produtos, eles hoje são considerados
peças raras e quem tem algum exemplar em sua residência possui uma verdadeira
peça de coleção. Peço desculpas por minha ousadia, mas podemos chamá-los de “quase
Picasso”, principalmente com relação aos preços de mercado.
Sabemos que a música é uma forma de arte que encanta a
todos, sendo difícil encontrar quem não goste de música. Segundo historiadores,
a música era usada na antiguidade para fazer celebrações, invocação de deuses e
até matrimônios. Para os mais novos, que não sabem o que é um verdadeiro LP, há
de se fazer o registro de que vale a pena procurar em algum sebo e testar
sensorialmente a experiência de escutar um LP. Mais que reviver a história da
produção musical de uma época, ouvir um LP constitui-se na experiência mais
original e fiel de contemplação da música, seja qual for o estilo, do clássico
e erudito ao rock ou samba.
Marcelo Á. Franco
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