sábado, 19 de março de 2022

Resgatando o passado, o velho e clássico disco de vinil

 

    


       

Geralmente quando falamos em cultura nos lembramos de quê? Livros, teatro, cinema, dança e claro discos de vinil. Apesar de estarmos vivendo o momento da era digital, o disco de vinil também conhecido como Long Play (LP) ou apenas vinil, segue firme e admirado por alguns fãs, fiéis ao tipo de som mais puro e nem tão límpido assim.

            O disco de vinil é uma mídia que foi desenvolvida em meados da década de quarenta, geralmente confeccionado na cor preta, apesar de existirem outras cores, tais como verde, amarelo e vermelho também. Ele é feito de material plástico (cloreto de polivinila ou PVC), nas usuais 78 RPM (rotações por minuto). O vinil é um material leve e delicado, que exige manuseio a ser feito segurando suas bordas.

            Os discos viraram peças raras nos dias atuais, e seu preço tornou-se nada convidativo. Os adeptos e colecionadores muitas vezes pagam o valor três ou quatro vezes mais caro, comparativamente ao formato em CD, mas o valor sentimental e sua preciosidade valem a pena. Alguns colecionadores dizem que uma das vantagens em relação ao CD, é relacionada a sua maior durabilidade, bastando que se armazene de forma adequada para que o disco permaneça em bom estado por  muitos anos. Mas não é só essa razão que fez o LP sobreviver através dos tempos, o prazer em cultivar um hábito raro, envolve vários outros, como o de escutar o clássico chiado, característica única do LP, a satisfação em sair à procura e garimpar preciosidades, sem contar a beleza das capas que são verdadeiras obras de arte. Alguns especialistas no assunto defendem a superioridade do LP com relação ao CD, dizem eles que a gravação digital acaba cortando frequências sonoras mais altas e baixas, eliminando ecos, harmonia, batidas graves, espacialidade do som e, principalmente, sua naturalidade.

            Infelizmente nem tudo é romance com esse tipo cultura, pois a diminuição das fábricas de LPs, fez com que eles ficassem cada vez mais escassos e raros, havendo hoje no Brasil apenas um ou dois fabricantes de discos de vinil. Com isso o preço acabou ficando bem “salgado” e para ter uma raridade dessas em casa, é necessário se desapegar muito do seu dinheiro. Dadas a raridade e valorização peculiares a estes produtos, eles hoje são considerados peças raras e quem tem algum exemplar em sua residência possui uma verdadeira peça de coleção. Peço desculpas por minha ousadia, mas podemos chamá-los de “quase Picasso”, principalmente com relação aos preços de mercado.

            Sabemos que a música é uma forma de arte que encanta a todos, sendo difícil encontrar quem não goste de música. Segundo historiadores, a música era usada na antiguidade para fazer celebrações, invocação de deuses e até matrimônios. Para os mais novos, que não sabem o que é um verdadeiro LP, há de se fazer o registro de que vale a pena procurar em algum sebo e testar sensorialmente a experiência de escutar um LP. Mais que reviver a história da produção musical de uma época, ouvir um LP constitui-se na experiência mais original e fiel de contemplação da música, seja qual for o estilo, do clássico e erudito ao rock ou samba.

Marcelo Á. Franco

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