Edward Theodore Gein
que serviu de inspiração para filmes como “Psicose” e “Silêncio dos Inocentes” tem o perfil típico de um serial killer. Gein ele foi espancado na infância por sua mãe que lhe ensinou
que sexo era pecado, e viveu uma repressiva e solitária vida na propriedade
rural da família. Depois que seus pais e irmãos morreram, Ed continuou morando
sozinho em sua casa, sendo perseguido e caçado pelo fantasma de sua mãe. Depois
de algum tempo, ele começou a desenvolver um profundo interesse pela anatomia
feminina, tendo logo se dedicado a desenterrar corpos de mulheres para
mutilá-los e satisfazer suas fantasias relativas à necrofilia e ao canibalismo.
Gein levava os corpos para sua casa, dissecava-os e guardava algumas partes
como cabeça, órgãos sexuais, fígados, corações e intestinos. Tinha especial
fascinação pela genitália feminina, além de um desejo intenso de ser mulher.
Seu desejo por “carne fresca” começou a ficar intenso, e então Gein começou a matar mulheres da idade de sua mãe a pedido dela, que já havia falecido, mas ele a ouvia dizer para matar. A antropofagia, segundo o dicionário “Larousse Cultural” (1999), é o ato ou hábito de comer carne humana. A palavra “antropófago”, que no seu sentido etimológico vem do grego anthropos = homem e phagen = comer, foi sendo substituída através dos tempos por canibalismo, na espécie humana. Evidentemente, na avaliação do comportamento canibal não podemos considerar o ato humano isoladamente, mas sim, sempre inserido em um determinado contexto. Existem atitudes perfeitamente aceitas em certas culturas e consideradas aberrantes em outras, e a antropofagia é um desses casos; aceita em algumas culturas (e algumas épocas) e até entendida como uma atitude nobre, de vencedores. Encontram-se evidências arqueológicas da prática de canibalismo em algumas comunidades da África, América do Sul e do Norte, ilhas do Pacífico Sul e nas Antilhas. Canibais famosos foram os astecas, no México, que sacrificavam seus prisioneiros de guerra e comiam alguns deles. Eles comiam os prisioneiros de guerra e outras vítimas, numa prática conhecida como exocanibalismo ou exofagia, ou seja, canibalismo praticado em indivíduos de tribos diferentes, ao passo que o canibalismo, consistente no ato de consumir parte dos corpos de seus parentes e amigos mortos, é chamado de endocanibalismo. (SAEZ, 2009)
Durante toda a história muitas culturas sancionaram e fizeram rituais do consumo de carne humana, mas o canibalismo em geral foi banido dos dias atuais, considerando que sua prática requer o homicídio ou a profanação de corpos. Houve surtos de canibalismo em massa durante os períodos de grande fome no século XX em países como a Rússia e Alemanha, e na China, as pessoas se sujeitavam a comer os corpos dos mortos para sobreviverem.
Este hábito, que causa repulsa na sociedade atual, concretiza até mesmo uma transgressão do significado de ser humano. Esse comportamento é observado em alguns serial killers famosos, como Jeffrey Dhamer, o “Canibal americano”; Albert Fish, o “Vovô comedor de crianças”; e Andrei Chikatilo, o “Açogueiro Russo”. Este ímpeto incontrolável fez com que em todos eles o instinto animal mais profundo transpusesse a barreira da normalidade a fim de saciar seus desejos proibidos.
Marcelo Franco
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