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Vórtex deriva do
latim Vortex, e segundo o dicionário, significa vórtices, forças
naturais que causam turbilhões, geralmente causadas pelo fluxo do ar e nuvens e
que frequentemente ocasionam grandes estragos. Tempestades de poeira, bicos de
água, tornados e furacões são alguns exemplos. Mas na verdade eu não estou aqui
para falar da etimologia da palavra, minha intenção é trazer um pouco da
história da banda “Os Replicantes” que além de ter uma música chamada “O futuro
é vórtex”, também foi responsável por um bar/gravadora/produtora/estúdio com o
nome “Vórtex”, em meados dos anos 80 .
Os Replicantes é uma banda que nasceu nas entranhas dos subúrbios de Porto Alegre, sendo referência no estilo de música hard-core dos pampas. Se você não conhece, com certeza seus pais devem conhecer o refrão “Ah surfista calhorda, Vai surfar na outra bordaaaa”, foi um hit que tocava direto nas rádios portoalegrenses. No início a banda era formada por Wander Wildner (vocais), Cláudio Heinz (guitarra), Heron Heinz (baixo) e Carlos Gerbase (bateria). Um ponto interessante é que quando a banda iniciou, nenhum dos integrantes tinha intimidade com os instrumentos, mas seguiram a linha do “punk” do it yourself - faça você mesmo. A banda se inspirou nas bandas clássicas do punk rock, como Sex Pistols, Ramones, Dead Kennedys, Undertones, The Clash, entre outras…
Segundo os próprios, tudo começou no verão de 1983, quando eles resolveram se juntar e fazer uma banda. No princípio Claudio, Heron e Carlos resolveram começar a tocar, Wander foi o último integrante a se juntar à banda. Enfrentaram todo tipo de dificuldade que uma banda underground pode encontrar no início de carreira, pois o início da história dos quatro guris de Porto Alegre não foi diferente. Mas, por uma condição do destino, os Replicantes foi uma banda que deu mais que certo. Segundo Carlos Miranda, um famoso produtor musical, a primeira vez que viu a banda tocando, disse que a banda era puro barulho, algo ideal para o estilo punk-rock.
Com uma sonoridade barulhenta, “cru” e direta, eles seguiram ganhando espaço na mídia, indo contra programas que faziam play-back e aceitando tocar somente em locais que pudessem tocar de maneira real (dando muita dor de cabeça para as gravadoras e produtoras). Com um seguimento de letras politizadas e sobre assuntos cotidianos, a banda seguiu e se renovou através dos tempos. Passou por algumas alterações de integrantes, e ainda hoje a banda segue firme e forte em suas convicções e ideologias. Defensores da bandeira da liberdade de expressão e da ideologia anti-fascista, sua carreira sólida pode ser conferida através de nove LPs de estúdio, um álbum ao vivo, cinco coletâneas e quatro videografias. Isso sem contar as piratarias que costumam “rolar” por aí.
Em outubro de 2022 tive a felicidade de poder conferir a banda ao vivo no bar Opinião, onde clássicos como “Sandina”, “Festa Punk”, “Surfista Calhorda”, “Só mais uma chance”, “Hippie-Punk-Rajneesh”, “Nicotina”, "Chernobyl", “Ele quer ser Punk”, “O futuro é Vortex”, “Maria Lacerda”, entre tantas outras “pedradas sonoras” foram tocados com a mesma pegada e empolgação de sempre. Hoje a banda conta com os vocais de Julia Barth e nas baquetas Cléber Andrade, ex roadie da banda, além dos irmãos Cláudio Heinz e Heron Heinz respectivamente guitarra e baixo. O futuro é Vórtex. Vida longa ao Punk-Rock. Vida longa ao Hard-core. Vida longa aos Replicantes.
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