A morte pelo suicídio demonstra ser um assunto
desconfortável dentro de outro assunto desconcertante. É o velho tabu se
fazendo presente, coisas do tipo, se mencionar acontece e os mais antigos já
procuram um objeto de madeira para bater três vezes e assim tentar evitar que
aconteça. Sabemos que isso é um mero gesto de superstição, e que não temos esse
poder de evitar um acontecimento apenas batendo em um objeto de madeira.
O suicídio basicamente é um ato cometido por qualquer
pessoa de maneira intencional visando matar a si mesmo. Podemos lembrar que
geralmente esse ato vem acompanhado de algum sofrimento, que a pessoa que está
enfrentando não encontra uma solução ou mesmo uma resposta simples para um
porquê. A etimologia da palavra suicídio vem do latim (sui, “próprio”, e
caedere, “matar”) condição onde a existência pessoal não faz mais sentido, em
que os sentimentos de vazio e tristeza profundos direcionam a pensar que a
única saída é acabar com a própria vida.
Podemos refletir que este fenômeno silencioso acontece de
forma quase sempre inesperada e é silenciado por nossa sociedade. Ao longo dos
anos constatamos que a mídia e órgãos responsáveis pela saúde abafam este grave
problema social. Um problema que é lembrado apenas em uma data por ano, não pode
ser denominado como objeto de campanha preventiva. Discutir, abordar e estudar
são as ferramentas que temos para desmistificar este fenômeno, a única forma
real de prevenção, e não o silêncio ensurdecedor que se faz presente
principalmente a cada vez que sabemos de um suicídio.
Além disso, não podemos deixar de mencionar o suicídio
entre os transtornos mentais, que provocam o ato em busca de um alívio da dor
emocional, tais como: Depressão maior, Bipolaridade, Transtorno de
personalidade Borderline, Esquizofrenia, além de outras condições sociais como
abuso de álcool e drogas. Nesta perspectiva, podemos abrir uma discussão sobre
as possibilidades de um suicídio, as histórias de sofrimento, quadros de
insanidade, os quadros depressivos e o surgimento do desejo de morrer. Se
empenhando em diminuir os riscos, e promovendo artifícios técnicos para os
profissionais da área de saúde que trabalham direto com essas questões. E não
somente aos profissionais, mas se estendendo a população em geral.
A sociedade ainda apresenta forte resistência em realizar
discussões sobre o assunto, e as produções ao redor do tema são poucas, e se
tornam insuficientes para diminuir as tentativas de suicídio. Com isso, os
profissionais de saúde ficam limitados a poucos saberes, pois não existem
maiores pesquisas e discussões sobre o assunto, dessa forma uma melhora na
abordagem e detecção de possíveis riscos torna-se limitada.
Marcelo Franco
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